domingo, 8 de junho de 2008

Lenda


As noites em Areia Branca são, na sua maioria das vezes, agradáveis. Um vento mais ousado, ora do mar ora das salinas, chega e sopra sobre a cidade. Em pouco tempo ele fica ameno e então os corações mais apaixonados perambulam na madrugada em busca de outros corações ou, quem sabe de um cantinho pra dormir. Pode ser que noutros lugares as noites também tenham seus chamativos, mas nossa noite ressuscita a alma boêmia e velhos costumes vagueiam na madrugada recém-chegada.

Numa dessas noites, em especial de junho de um ano que já vai longe, sucedeu um encantamento, desses contado e recontado por antigos moradores. Onde um navegador mais ousado ancorou por estas terras e apaixonou-se por uma linda moça. Uma criatura de corpo leve, delgado e de uma brandura sem par. Busca-pés papocavam e no céu brilhavam fogos em homenagem ao santo protetor dos namorados. Nas estrelas não havia mais brilho que nos olhos dos dois enamorados. Os dois abraçaram-se e deitaram lado a lado. Ele ofereceu o ombro para ela encostar a cabeça e iniciaram um passeio na noite. Desde então são tidos como lenda.

Falo dessas coisas do coração, da força que move o mundo, o amor, em vista da proximidade dos dias do namorado porque eu também tenho uma namorada. Que é minha companheira nas noites seguidas de manhãs banhadas de sol. Apesar de nossas mudanças de endereços, ela ta sempre no meu coração e sempre passeamos na noite aconchegante de Areia Branca.
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